O portador de altas habilidades, habilidades as quais não podem ser adquiridas por esforço pessoal, apresenta dois grandes Super Poderes: a SuperSensibilidade e a SuperInteligência.
O último por já ser muito difundido, apesar que geralmente de forma errônea e mitificada, não será debatido por hora, ficando reservado para o segundo artigo desta série, onde então o tema será devidamente elaborado e reitificado.
Pois bem, nos voltemos portanto ao Super de SuperSensibilidade, uma face muitas vezes ignorada da problemática. Esta sensibilidade exarcebada produz Super Sensações como superaiva, supertristeza, supermedo, superansiedade, superalegria, entre outras; como tal fenômeno se gera? O alto habilidoso processa os estímulos internos e externos em outro nível cognitivo distinto do dos neurotípicos, sua intensidade de resposta se mostra proporcional ao modo singular de ver, sentir, percerber o acontecimento.
Há de se entender que a própria natureza do pensar neurodivergente se distingue dos demais, inclusive dentro da própria comunidade neurodiversa, proporcionando um acréscimo substancial à solidão inerentemente humana. Na vida há duas diferenças, a de natureza e a de escolha, o superdotado se enquandra obrigatoriamente na primeira, o que o condiciona a duas respostas padrão quanto à segunda: ou se resigna, se conforma e abaixa a cabeça pra maioria neurotípica mesmo resmungando, às vezes não só por dentro ou confronta, se revolta e tenta acomodar suas excepcionalidades ao mundo das massas.
A euforia que muitos neurotípicos experienciam apenas quando criança não é de toda rara nos superdotados adultos, ocorrendo várias vezes ao ano e inclusive atingindo ápices de êxtase que creio que os demais consigam apenas com o auxílio direto de substâncias entorpecentes. Entretanto, o neurodivergente também se encontra sujeito ao outro lado da moeda, experienciando um conjunto mais amplo, mais específico e não raro mais intenso de sensações das desagradáveis às prazerosas, passando por ínfimos, extremos e interstícios difíceis a impossíveis de serem descritos em termos dialéticos.
Peço aos neurotípicos que considerem tais questões ao lidar com um superdotado, pois os mesmos contratos sociais que formam e regulam vossa sociedade não estabelecem correspondência um por um com os termos pessoais e individuais com os quais vários neurodivergentes vivem e experienciam a realidade.
Esse é um super bem extremista em todos os sentidos…literalmente. Além de bastante difícil de lidar.
Autor (qual o seu nome?), fico impressionado com a qualidade das descrições que você dá a respeito do que pessoas como nós sentem e pensam; percebo isso não só neste texto como nos anteriores, os quais li há pouco.
Penso, e seu texto corrobora com isto, que o melhor “psicólogo” que um SD possa ter é de um alguém como ele, que de fato compreende sua mente singular…
Continue escrevendo!!!!
Olá, Mateus, obrigado pelos elogios. Eu me chamo Filipe Russo e em breve farei um post com o intuito de aumentar a equipe aqui do supereficiente, começaremos a aceitar recomendações de temas e posts de convidados.
Ok!
Até mais!
Creio eu, não querendo me gabar ou me autodenominar, que eu seja superdotada, apesar de não me parecer correta a colocação “super”. Antes mesmo de entrar na escola eu nunca fui sociável, minha mãe me levava até casa de uma amiguinha onde eu pedia pra ler, e ao invés de brincarmos, nós liamos.
Quando eu entrei no maternal, como era chamado na época, eu me sentia estranha… enquanto os meus colegas estavam aprendendo o alfabeto eu já sabia ler e escrever com quatro caligrafias alternativas.
Minha professora percebeu que eu não devia estar naquela turma e me adiantou. Quando eu entrei no segundo ano do fundamental eu tinha 6 anos de idade e minha melhor amiga era uma garota de 9 anos, que havia repetido algumas vezes mesmo sendo muito inteligente.
Durante o meu ensino fundamental eu sofri muito bullying e passei muita coisa, completamente solitária (eu não tinha amigos, todos me detestavam por eu só desenhar, ao invés de conversar com eles).
Eu entrei em depressão no ano passado, e custei a me libertar dessa doença.
Hoje eu tenho 14 anos, estou no primeiro ano do ensino médio e pretendo cursar medicina em Berlim, por falta de apoio familiar e dinheiro no Brasil. Falo Inglês, Japonês e tenho boa conversação em outras 5 línguas. Não quero que venham a me diagnosticar, mas eu gostaria de poder tomar algum medicamento para controlar minha ansiedade, sabe?
Bem, é isso, não sei se irá ler este comentário, por este artigo ter sido postado há muito tempo.
Agradeço desde já, Lauren Lily.
Olá Lauren,
Se você quer ser medicada (legalmente) você precisa ir a um psiquiatra. Eu fui a vários e tomei vários remédios, mas sinceramente no meu caso eles atrapalhavam a minha dinâmica interna, eu me sentia sem equilíbrio tanto fisica quanto psiquicamente.
Sinto que a realidade entra em minha como uma faca, seja o conhecimento, seja os sentimentos, é surreal.
Mas ser um ainda me gera duvidas.