Teses: Uma investigação sobre pessoas com altas habilidades/superdotação: dialogando com Marion Milner

puc-sp

Denise Rocha Belfort Arantes defendeu sua tese ‘Uma investigação sobre pessoas com altas habilidades/superdotação: dialogando com Marion Milner’ para a titulação Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP em 17/10/2011 sob a orientação de Gilberto Safra. Da dissertação pude apreciar com mais sabor o caráter jornalístico e investigativo das entrevistas (disponíveis no Anexo C do PDF ao fim deste post), pois o mesmo dialoga diretamente com a proposta do SuperEficiente Mental no que tange relatos pessoais. Outras teses sobre superdotação podem ser baixadas no diretório online da PUC. Segue abaixo dois trechos pertinentes que chamaram a minha atenção no trabalho de Denise Belfort:

‘Marcos e Rafael não participaram de qualquer programa específico na infância, mas ambos ingressaram, quando adultos, em um grupo que congrega pessoas com altas habilidades/superdotação, por meio de testes de QI. Rafael relata que entrou no grupo, pois “achei que alguma coisa produtiva iria acontecer, mas depois percebi que não tinha nada de produtivo, que era simplesmente você ter uma carteirinha, tinha jantares, era uma chatice (…) não só isso como eu percebi que essa inteligência, esse tipo de inteligência não tem nada a ver com inteligência global, por exemplo, você vê gente extremamente neurastênica, extremamente neurótica, pessoas complicadíssimas afetivamente. No grupo que freqüentava, percebi que tinha uma hipertrofia de um lado da pessoa e o resto um horror completo”.’

(…)

‘Segundo Marcos, sua grande diferenciação intelectual não o ajudou tanto na vida “tornou as coisas muito fáceis, acontece que muito fáceis na escola, mas não necessariamente na vida, entende? Então, muitas vezes, eu me surpreendi esperando que o mundo viesse a mim com aplausos e na realidade eu fui ignorado. Então, esse tipo de atitude, acho que é muito comum, eu notei em muitos colegas meus do grupo a que pertenço”.’

PDF – Uma investigação sobre pessoas com altas habilidades/superdotação: dialogando com Marion Milner

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Sobre Filipe Russo

Filipe Russo é indígena agênere da Associação Multiétnica Wyka Kwara, autore dos romances premiados Caro Jovem Adulto (2012; 2022) e Asfixia (2014), assim como vencedore do concurso artístico O Olhar em Tempos de Quarentena (2020) e de prêmios de excelência acadêmica em Inteligência Artificial, Psicologia, Gamificação, Empatia e Computação Afetiva (2021). Especialista em computação aplicada à educação pelo ICMC-USP (2022), licenciade em matemática pelo IME-USP (2020). Fundadore e editore do website SupereficienteMental.com (2013-), blog com mais de 180 publicações, dentre relatos pessoais, ensaios e entrevistas, sobre neurodiversidade e superdotação ou altas habilidades. Pesquisadore no grupo de estudos TransObjeto associado à PUC-SP e no grupo de pesquisa MatematiQueer associada à UFRJ. Coautore nas antologias poéticas Poesia Política: vote, Outros 500: Não queremos mais o quinhentismo, poETes: altas habilidades com poesia, Fotoescritos do Confinamento e recebeu menção honrosa pelo ensaio Desígnio de um corpo, na 4º edição do projeto Tem Livro Bolando na Mesa. Filipe possui aperfeiçoamento em Altas Habilidades ou Superdotação: Identificação e Atendimento Educacional Especializado pela UFPel e em Serviço de Atendimento Educacional Especializado pela UFSM (2022).
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Uma resposta para Teses: Uma investigação sobre pessoas com altas habilidades/superdotação: dialogando com Marion Milner

  1. LastBreathOfHopeness disse:

    Pois é, quando você é naturalmente mais inteligente, as pessoas erroneamente acreditam que você é um ser sobrenatural ou que é arrogante por sua condição.

    No entanto todas as características ”notáveis e negativas” que nos tem (e que nós não temos) são fruto da ignorância humana.
    Se o modelo hereditário que nós somos criados tem algum buraco ou erro, nossa velocidade e compreensão cognitiva tenta interpretar aquilo e de alguma forma comete um erro, seja pela intensidade em que nos botamos para refletir sobre aquilo, ou pelos estímulos negativos que recebemos á cerca desse paradigma. Eu sou uma pessoa, embora EXTREMAMENTE comunicativa, tenho uma resistência e vulnerabilidade social GIGANTESCA, justamente porque eu vi que ser você mesmo é ERRADO, se orgulhar por rir COM as pessoas e NÃO DELAS é um pecado. Você prefere se distanciar da maioria das coisas. Mas isso é só uma escolha que NADA afeta na vida dos outros (ainda que por muito eu me envergonhei da minha SIMPLES ESCOLHA PESSOAL).

    A obstinação n’algo que certamente NADA te trará, na minha concepção, é que…NÃO EXISTEM CANAIS PELO QUAL POSSAMOS FLUIR, ou uma boa influencia, restando assim…o objetivo de ser melhor em alguma coisa, para a realização pessoal, ou o estudo desenfreado (esse que por sua vez, também parece um pecado).

    Ainda que sejamos neurodiversos, ainda que nossos gostos não batam com o do geral, não somos monstros sem coração nem capacidade de SE IMPORTAR com o próximo.
    Eu, que sempre me preocupei com o REAL significado de humildade. É você manter as fachadas de alguém compromissado com a verdade? É deixar de lado as PESSOAS que te puxam para trás? Sempre tive dificuldade para digerir essa questão, e creio que seja principalmente pelo motivo que, o mais humano que eu possa ser, com todas as minhas falhas e acertos, todas as coisas que eu fiz e não pude fazer e quero jamais PODER não fazer, meu sonho. Tudo isso, não é algo só meu, aquele que me odeia e por mim é odiado, tem o mesmo semblante sistemático de mel.

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