Perceber-se diferente e não necessariamente saber o porquê ou como explicar a outrém, ou pior ainda: tentar convencê-los da verdade enquanto eles esnobam o que consideram ser apenas um desesperado e desprezível pedido de atenção. Pois bem, a superdotação é uma carência; não de holofotes, outdoors e/ou autógrafos, mas sim de estímulo, atividades acolhedoras e oportunidades inclusivas. A marginalização e a falta de compatibilidade com os demais muitas vezes coage o superdotado a se inferiozar por não se considerar um membro do grupo. Quando coroados com o título mitológico de sobredotado de repente se deparam com a pressão pessoal e social de fazerem jus ao cargo temendo serem destronados de volta ao ostracismo. Essa cobrança acentua o perfeccionismo muitas vezes inerente dos mesmos a níveis, por vezes até patológicos, levando-os a metas, prazos e intenções de conquista herculianos. O portador de altas habilidades não possui obrigação nehuma de produzir feitos geniais por mais que para tanto esteja naturalmente encaminhado.
Perceber-se diferente e enfim saber o porquê, entender a razão do tédio, da raiva e da tristeza; a impotência de agir no mundo tão adequadamente quanto se sente necessário. Tanto pode amargurar um alto habilidoso, principalmente em caso de diagnóstico tardio ou ausência do mesmo, preenchê-lo com um rancor tirânico e fazê-lo sentir-se melhor do que o outro e não apenas em referência a talentos, sensibilidades e inteligências, mas sim num espectro global e subjetivo e antissocial.
Ou seja, facilmente um superdotado cai para um desses lados do desfiladeiro psicológico e não raro rebate-se de um ao outro, oscilando comportamentos constantemente, perdendo coesão e dificultando explicar sua situação para quem quer que seja.
Mostra-se necessário a nível familiar, escolar, profissional, acadêmico e político promover iniciativas de educação inclusiva, de conscientização coletiva e aprimoramento social para minimizarmos tamanha marginalização, terrorismo psicológico e possibilitarmos enfim que os alto habilidosos produzam contribuições para si mesmos e para a humanidade como um todo.
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Muito boa postagem. Sou Romes, administrador do blog “Gênios Mirins”. Gostaria de parabenizar o companheiro pelo post! Realmente, a ausência de coesão social do superdotado com o seu grupo é, na maioria das vezes, a semente para o nascimento de complexos de inferioridade e superioridade.
Hi, just wanted to tell you, I loved this post.
It was practical. Keep on posting!
Ótimo texto ao ler me identifiquei bastante eu me sentia diferente na infância , criativo sedento por aprender coisas novas era taxado como autista , retardado por anos me senti inferior e sempre tive muita facilidade para aprender sozinho não tive muito estimulo para me desenvolver hoje me sinto frustrado e limitado e muito ansioso com um tédio constante tenho habilidades de liderança e resolução de problemas
Parabéns pelos seus ótimos artigos