Olá, o meu nome é Nuno e sou identificado com sobredotação intelectual.
Não sou o precioso cliché do miudo maravilha que entrou na Universidade antes da puberdade, em vez disso, sou o que muitos acham o politicamente incorreto face as altas abilidades.
Nasci a 17 de Março de 1996, por mais estranho que pareça ainda guardo memorias de tal acontecimento, desde que frequentava a pre primaria, a sociedade deu me a entender de como eu era diferente dos demais. Começei a aprender a ler por volta dos 3/4 anos, á face da negligencia, muitos acreditavam que apenas olhava para as imagens, e eu proprio ainda não sabia como lidar com isso. Ainda me lembro daquela vez em que estava no parque perto de casa, com 4 anos, comecei a dobrar numeros mentalmente (1-2-4-8-16…etc). Quando entrei na primeira classe, notei estranhamente que era suposto aprendermos coisas rudimentares como o abecedario, enquanto isso a minha mente flutuava em questoes como a fisica e a filosofia.
Fui um excelente aluno durante a primaria, até tudo mudar. No quinto ano era vitima de bullying, deram me o diagnostico de sindrome de asperger, e comecei a negligenciar o academico em torno de conquistar vida social. Aos 12 anos poderia dizer que estava em depressão, tornara me algo tão agressivo e misantropo, houve queixas de colegas e professores que tão depressa apontavam me o dedo sem uma restia de compreensão. Aos 14 anos fui testado na escala WISC com um QI de 182 (ratio). Nesse dia passei a ser mais confiante de mim mesmo apesar de ainda deixar reticencias face a auto-estima e confiança. Comecei assim a envolver me em grupos similares a Mensa e a conhecer mais casos de sobredotação.
Hoje tenho 16 anos, o que aprendi com a sociedade é que ela não é justa, vivemos num mundo governado por uma burrocracia demente, a etica passou a ser um ideal da democracia antiga. A cidadania tornou se em algo tão basico como apenas não matar o proximo, literalmente. O que eu aprendi é que ser melhor ou pior não vai facilitar a vida, no caos em que vivemos. Não somos todos os sobredotados como O Little Man Tate ou o Doogie Houser. Muitos de nos somos mais o Good Will Hunting, o funcionario que limpa o vomito dos Harvard kids. Somos muitos de nós os rejeitados, que não têm mamás e papás ricos para nos traçarem o prémio nobel. Somos os pretos na america proibida mas somos os livres de espirito que não se deixaram contaminar com uma sociedade profundamente doente que não quer marcar consulta por o estigma que é causado.
Beautiful! Adorei o relato, Nuno!
estou fazendo um trabalho sobre relato pessoal se você puder me responder algumas perguntas ficarei agradecido
Olá, Edmundo
Gostarias de fazer perguntas a mim, Filipe Russo? Ou ao Nuno Silva?
De qualquer forma eis meu email para contato:
supereficientemental@gmail.com