Oi, meu nome é Tatiana Saturno e tenho 18 anos. Não sou diagnosticada com altas habilidades, porém eu sou o que chamo de superdotada de boca, ou seja, falam tanto que sou que acabei acreditando. Geralmente as pessoas me veem como uma pessoa madura, não foi sempre assim, quando criança morava em uma cidade pobre, na verdade em um sítio – zona rural mesmo – e lá era bem ativa gostava de brincar com tudo e todos, pode-se dizer que não sou o tipo de SD que desde criança acabou se isolando do resto das pessoas e estudando um mundo de coisas (essa frase ficou meio simplista, mas enfim, continuar). O meio era escasso de estímulos, pessoas da roça mesmo, não davam muita atenção aos estudos e meus pais não tinha nem o fundamental completo, porém eu me destacava nos estudos, tirava nota boa, me lembro que na 1ª série já sabia ler enquanto a maioria das outras criança não sabiam, embora eu não me lembre de quando comecei a ler, na verdade não me lembro de muitas coisas da minha infância. Então, foi nessa época também que tive que me adaptar, recordo-me que fui obrigada a ensinar a tarefa a colega que não sabia mesmo não querendo, na 3ª e 4ª série eu que ajudava a professora a resolver os exercícios. Mesmo com esses sinais de superdotação apenas uma professora minha notou essa capacidade e sugeriu um aceleração de série, que não foi dada atenção. Nunca tinha vindo a minha cabeça eu ser “diferente”, quando cheguei no fundamental comecei a notar a diferença, se bem que não fui eu, mas sim o que os professores falavam (tenho dificuldades para entender o que é normal do que é diferente) que era boa aluna e muito inteligente, isso é outra coisa que difere em mim em relação a maioria dos SD’s: a boa relação com os professores, sempre me dei bem com a maioria deles. Mas foi no ensino médio (feito em um Instituto Federal) que pela primeira vez eu ouvi a palavra altas habilidades, ditas a mim por uma psicóloga da instituição, foi o lugar onde mas me destaquei, e é claro, onde mais fui alvo de piadas, feitas pelos meus colegas, que penso eu tinham inveja de mim. Lembrando que ainda era muito leiga de leitura, praticamente comecei a ler livros na 8ª série e no IF com empréstimos de uma professora, meu mundo foi se abrindo, eu acabei ficando um pouco arrogante, achava a aula chata, já que tinha que ouvir a mesma explicação várias vezes, parei de estudar e passava com notas entre 8 e 10. Hoje faço faculdade, estou com notas péssimas e tentando me adequar, numa fase meio que depressiva e ainda com dúvidas em ser ou não ser SD. Em relação a sociedade, minha opinião varia muito dependendo do meu ânimo neste momento acho um aglomerados de hipócritas, as vezes apenas pessoas que não são entendidas, que julgam sem olhar a quem, interessantes, bons amigos, enfim, o ser humano é um nome muito simples para tanta complexidade e eu tento viver me adaptando a isto e tentando compreendê-los.
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