Ser diagnosticado como superdotado o faz superdotado? Não. Ser diagnosticado como não superdotado o faz não superdotado? Não. Entretanto deve-se respeitar o valor das avaliações, procure sempre uma segunda opinião e saiba que nada pode legitimá-lo ou deslegitimá-lo, muito menos uma opinião profissional ou um atestado disso ou daquilo. Os instrumentos e seus utilizadores todos apresentam falhas e um grau maior ou menor de acurácia quanto a um ou outro critério discriminante arbitrário, mas para todos os efeitos não nos deteremos neste momento à validez ou invalidez e à assertividade ou inassertividade dos métodos avaliativos vigentes. Mas então por que buscar um diagnóstico? E o que fazer em caso de positividade?
Primeiro, alguns e digo a maioria, necessitam de comprovação experimental externa em termos mais ou menos rígidos para dar estruturação e conforto emocional às suas premissas pessoais. Agora, digamos que recebemos um sim, sim você pertence a uma minoria discriminada pela neurodiversidade e cheia de Comorbidades, SuperPoderes, entre outras especificidades intrínsecas à classe cognitiva em questão. Você pulou o muro, atravessou a ponte, chegou do outro lado do túnel e encontrou ninguém, apenas uma planície ampla e lá longe já devorada pelo horizonte vazio e esvaziado. Bem-vindo a nossa solidão, talvez se você peregrinar o suficiente nos esbarremos por aí num relato pessoal, ensaio ou cinema com pipoca.