Meu nome é Luisa Unie e eu tenho 22 anos. Sou da cidade de Salvador, Bahia.
Sou uma pessoa normal, mas não muito comum. Sempre me senti muito diferente da maioria das pessoas (nem melhor, nem pior…mas, de fato, muito diferente) e isso me incomodava bastante.
Na infância eu era uma menina tímida, não me expressava muito em público (na verdade, temia/fugia das apresentações na escola, e tirava algumas notas baixas por isso, embora fosse boa aluna).
Mas, por algum motivo que eu não conseguia compreender, tinha uma relação excelente com os professores, coordenadores, diretores, pais dos meus amigos e outros adultos em geral.
E, inclusive, a maioria dos meus amigos eram adultos ou bem mais velhos do que eu. Só que eu adorava também estar próxima de pessoas mais novas, de poder ajudá-las, inspirá-las, etc.
Em 2005, aos 13 anos de idade, eu fiz uma monografia e fiz outra aos 15 anos. Tinham cerca de 40 páginas apenas e os professores não eram tão exigentes como os de faculdade seriam, mas a minha primeira monografia tinha muito significado para mim; o tema foi “O Papel da Educação na Sociedade Contemporânea”, e tirei 9,7 :). Já a segunda nem me recordo qual foi o tema, nem mesmo a nota.
Sou fascinada por aprender. Sou fascinada pela prática. Sou fascinada por adquirir novas habilidades. Por isso, quando algum assunto me interessa, acabo virando noites para entender o máximo possível sobre ele.
Só vou dormir quando realmente não tenho mais condições de absorver o conteúdo; sei que isso não é muito bom, porque o cérebro acaba não fixando tão bem, mas sinto realmente uma ansiedade muito grande em conhecer o máximo possível sobre o que me interessa.
Não me recordo muito da minha infância, mas me lembro de ter participado, aos 15 anos, do Núcleo de Estudos Avançados da Consciência, que acontecia em uma faculdade daqui de Salvador.
Ela ficava no mesmo prédio da minha escola e como eu gostava muito de conversar com adultos e ouvir sobre consciência, ficava o turno da noite lá no prédio para participar desse núcleo de estudos. Cheguei a fazer uma palestra nele também, sobre Jean Piaget.
Sou bastante metódica; acredito que isso facilita o meu processo de aprendizado, mas exige muito esforço às vezes, principalmente quando eu quero sistematizar o meu conhecimento, para passar aos outros.
Prestei 5 vestibulares e consegui passar em todos, entrei em 3 cursos efetivamente e saí de todos (cada um em um ano específico), rs.
Não me adaptei à educação formal. Sinto que consigo aprender muito mais estudando de forma autodidata e é exatamente o que tenho feito atualmente. A sociedade não compreende muito bem quem toma essa decisão.
No começo sofri bastante por conta dessa pressão toda, mas hoje já consigo ter maturidade suficiente para entender que cada um deve escolher o seu próprio caminho e segui-lo com convicção.
Sou bastante crítica comigo e, atualmente, tenho autocriticado esse meu excesso de autocrítica; por isso, acho que estou um pouco melhor nesse quesito, rs.
Iniciei minha carreira no empreendedorismo aos 18 anos, fui contratada como professora da Educação Infantil aos 19 e me formei como coach aos 20.
Amo estar ao lado das pessoas, mas também consigo ficar sozinha durante um bom tempo e bem comigo mesma. Acredito que tudo nos leva ao aprendizado e que o otimismo equânime é extremamente salutar.
Amo cantar, desenhar, atuar, dançar, escrever, fazer esportes, etc. e quando realmente me dedico a alguma dessas atividades costumo me destacar, porque busco fazer o meu melhor, sempre.
Eu e meu irmão, Victor Kostta, criamos um projeto (Movimento Jovens Prodígios) para poder ajudar outros jovens autodidatas e/ou superdotados.
Não fomos identificados como superdotados (até mesmo porque não fomos nos consultar com os profissionais da área), mas as várias pesquisas e estudos que fizemos acerca desse tema nos impressionaram bastante, porque quase sempre nos deparávamos com conteúdos que praticamente nos descreviam.
Se de fato somos superdotados, eu não sei. Mas o que importa para gente é saber que não somos tão diferentes assim, que outras pessoas também já passaram/passam por situações semelhantes às quais passamos e que, independentemente de qualquer coisa, podemos fazer a nossa parte para tentar ajudar nessa causa (em busca de mais respeito para com os portadores de Altas Habilidades).
Comentários que fiz enquanto lia:
“uma ansiedade muito grande em conhecer o máximo possível sobre o que me interessa.”
– Também.
“Não me adaptei à educação formal. Sinto que consigo aprender muito mais estudando de forma autodidata e é exatamente o que tenho feito atualmente. A sociedade não compreende muito bem quem toma essa decisão.”
– Faço universidade e é um saco, muito chato ter que ficar presa a obrigações e não poder se dedicar por falta de tempo.