Para fins práticos e elucidativos o binômio direito/dever encontra-se empregado neste e em demais ensaios do SuperEficiente Mental com os seguintes significados: por direito/dever entende-se um corpo teórico de boas práticas para o convívio em sociedade; como prerrogativa máxima do direito atribuísse ao próprio indivíduo o modo de uso assim como a livre abstenção de seus direitos, o direito visa assegurar a livre expressão do modo de ser de cada um; como prerrogativa mínima do dever atribuísse a todos conscientizar o outro no que pertine o respeito aos indivíduos em geral ou em relação ao caso em pauta, o dever visa proteger um segundo da livre e espontânea pressão de um primeiro.
Sigamos pois para a temática central deste ensaio, o que é Espaço Pessoal? Por espaço pessoal entende-se não apenas o corpo propriamente dito, mas também um entorno físico e psicológico, assim como a propriedade privada do indivíduo em questão. Agora, por que devemos preservar a integridade desta região? Porque também pode-se entendê-la como a zona de conforto alheia, confortável se, somente se, quando vazia de terceiros ou quando estes circulam e praticam atividades na mesma com o devido aval. Quando fulano adentra as premissas de beltrano sem consentimento gera neste segundo um desconforto proporcional ao grau de invasão, beltrano fica atento tanto calculando os riscos derivados do contato não premeditado assim como avaliando a extensão da ofensa cometida. A infração pode inclusive tragar a vítima para uma zona de pânico, onde complexos processos de trauma, despersonalização e desrealização se proliferam morbidamente, casos não raros de assalto, tentativa de homicídio, agressão física ou verbal, bullying, estupro, perseguição continuada, coação, chantagem, cárcere privado, difamação, sequestro, entre outros.
Deve-se portanto respeitar o Espaço Pessoal de cada um e ao transitar pelo mesmo sempre levar em consideração as fragilidades e idiossincrasias do ser singular em questão. Todos temos o dever de não invadir o Espaço Pessoal de ninguém, de não abrir a porta do banheiro alheio sem bater enquanto o outro o utiliza, de não derrubar a porta da casa do vizinho e invadir-lhe o domicílio, não ler o diário de alguém sem permissão, não espalhar segredos confidenciados, não divulgar a intimidade do outro sem aval. Espere a pessoa lhe dar espontaneamente o direito de transitar pelo íntimo da mesma, lhe dar a chave de casa, o mais importante de tudo: consentimento. E caso você pise nos dedos, pés ou mãos de alguém, saiba assumir sua indiscrição, inconveniência ou mesmo ofensa, peça desculpas.