Hiperfoco: Uma introdução pessoal

Agora são 9:12 da manhã e eu dormi apenas 3 horas nessa madrugada. Acontece que ontem à noite por volta das 9 eu tive um acesso de hiperfoco.

Hiperfoco

Hiperfoco

Eu conheci o termo hiperfoco no início do ano passado em comunidades de síndrome de asperger e superdotação no facebook mesmo e no acesso de ontem esbocei uma definição: fenômeno consciente ou não onde o indivíduo autisticamente foca em um ou mais elementos pertinentes e abstrai quase que absolutamente os demais, em tal estado pode-se produzir grandes obras criativas e/ou profundo atordoamento e confusão advindos da falta de canalização e da incapacidade de ‘desligar’, mesmo após finalizar um ou mais projetos inclusive.

Meu problema é que eu sempre vivi muuuito entre dois mundos paralelos e intimamente conectados, inclusive disse pruma amiga superdotada o seguinte quanto a tanto: quando eu era pré-púbere era comum ficar dando voltas ao redor de objetos ou estruturas, geralmente eram mesas, cadeiras, prédios, jardins, pátios e piscinas enquanto eu me via quase como um fantasma pois 99% da minha concentração residia numa bolha psíquica totalmente indiferente às contingências ambientais. Mas também relevei a esse amiga que à época eu não dispunha de um controle esfincteriano cognitivo, ou seja, num mesmo ano em aniversários eu cai na piscina 3 vezes, duas vezes na mesma casa em festas de irmãos mais velho e mais novo.

Mamãe temia por eu viver no mundo da Lua e eu inclusive sempre me senti destacado dos demais, cogitei à época ser retardado ou algo assim e vocalizei o mesmo para os meus pais. As pessoas não gostavam dos meus comportamentos divergentes, eu passava minutos olhando pro nada sem me mover ou movendo apenas os dedos das mãos ou pés e muitas vezes meu olhar estava direcionado para um prato, um copo, uma roupa ou a face mesmo dos convidados e sempre me diziam pra parar de encarar que isso era feio ou ofensivo, mas eu sempre dizia que não me interessava pelas pessoas e mal as enxergava nesses momentos. Foi assim que eu comecei a olhar pra terra e pro céu, porque o horizonte era território do tabu alheio.

Ou seja, eu tive micro-hiperfocos desde criança, mas a coisa ficou séria na puberdade, em plena quinta série eu simplesmente não conseguia dormir não importava o quão cedo eu acordasse ou o número de atividades exigentes tanto psíquica quanto fisicamente ao longo do dia, após o jantar eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Sempre hiperfocando em garotas, bullying, provas e falta de amigos, eu rezava muita nessas noites, eu me masturbava muito nessas noites. Minha adolescência foi regada com longas noites, e alguns dias inclusive, onde eu me masturbava sem parar como forma de tentar relaxar e sair dos hiperfocos da vida, muitas vezes funcionava, mas a maioria delas eu acabava machucado indo dormir só no meio da manhã ou da tarde, até hoje em dia aos 24 algo similar ainda ocorre. Ontem o hiperfoco me venceu de novo e o tornei o mais produtivo possível, escrevi planos para programação em javascript, elaborei conceitos de sociologia e alguma besteirinha sobre superdotação, nada apresentável aqui justamente por eu não disponibilizar conteúdo incompleto. Por conteúdo completo vide meu livro publicado e o próximo a ser ainda esse ano.

Lá por 2006 com problemas com o sistema de ensino vigente eu ameaçava abandonar o ensino médio, pois eu me dizia portador de síndrome do pensamento acelerado enquanto a maioria dos médicos diziam que eu tinha um ou outro distúrbio psiquiátrico, alguns poucos diziam que eu era apenas um adolescente. Já no ano seguinte eu me mudei de Manaus para São Paulo e aqui eu me auto-diagnostiquei como superdotado, logo sugerido pela diretora do novo colégio e confirmado como superdotação intelectual pela APAHSD. Nada disso me impediu, e inclusive até incentivou mais minhas convicções, de abandonar os estudos institucionalizados e assim o fiz, completando o ensino médio em 2008 através de supletivo à distância.

Hoje eu entendo que meu comportamento externa e aparentemente obsessivo-compulsivo como quando eu giro ao redor de objetos ou estruturas e quando eu ouço uma única mesma música durante 6 horas seguidas não passa de como uma parte da minha mente encurrala a outra para ter para si num dado momento todos os recursos computacionais com os quais resolver suas próprias questões particulares. Hoje em dia eu ainda atravesso a rua como um fantasma sem fazer muito contato visual com nada, mas meu controle mental já consegue rastrear as variações topográficas e fezes enquanto ainda consigo me dedicar profundamente a pensamentos mais interessantes do que meu contexto ambiental. O que ativa meu hiperfoco? Assuntos interessantes, excesso de café, chocolate, açúcar e/ou ansiedade, cinema também ou acúmulo improcessável de entropia mesmo. O engraçado é que sempre fui ansioso também, daí minha ansiedade às vezes gera insônia e raras vezes hiperfoco, já meu hiperfoco sempre gera ansiedade e insônia.

Bem, sinta-se à vontade de compartilhar suas próprias experiências sobre o hiperfoco.

Sobre Filipe Albuquerque Ito Russo

Filipe Russo é indígena agênere de Manaós, vivendo atualmente em Piratininga, autore dos romances premiados Caro Jovem Adulto (2022; 2012) e Asfixia (2014), assim como vencedore do concurso artístico O Olhar em Tempos de Quarentena (2020) e de prêmios de excelência acadêmica em Inteligência Artificial, Psicologia, Gamificação, Empatia e Computação Afetiva (2021). Revisore no periódico científico Revista Neurodiversidade. Especialista em computação aplicada à educação pelo ICMC-USP (2022), licenciade em matemática pelo IME-USP (2020). Fundadore e editore do website SupereficienteMental.com (2013-), blog com mais de 200 publicações, dentre relatos pessoais, ensaios e entrevistas, sobre neurodiversidade e superdotação ou altas habilidades. Pesquisadore em diversos grupos de pesquisa ao longo dos anos, atualmente atua no Círculo Vigotskiano, no Corpo de Ações Transformadoras: Abordando Realidades Sociais pela Educação (CATARSE) associado à UnDF e no TransObjeto à PUC-SP. Coautore nas antologias poéticas "43 Poetas Neurodivergentes", "ECO(AR): Poemas pela Sustentabilidade", "Instagramável: poesia visual, concreta e instapoema", "Poesia Política: vote", "Outros 500: Não queremos mais o quinhentismo", "poETes: Altas Habilidades com Poesia", "1001 Poetas", "Fotoescritos do Confinamento" e recebeu menção honrosa pelo ensaio Desígnio de um corpo, na 4ª edição do projeto Tem Livro Bolando na Mesa. Filipe possui aperfeiçoamento em Altas Habilidades ou Superdotação: Identificação e Atendimento Educacional Especializado pela UFPel e em Serviço de Atendimento Educacional Especializado pela UFSM (2022).
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19 respostas para Hiperfoco: Uma introdução pessoal

  1. A psicóloga me dizia que eu tinha síndrome do pensamento acelerado também. Eu simplesmente achava improdutivo ficar parada sem fazer nada. Acho que o hiperfoco era um dos motivos de ficar somando a noite toda pra poder dormir, quando criança.Em um desses momentos tive ideias pra umas invenções pro meu colega cego na escola, o que me deu grande prestígio advindo de professores, estudantes e profissionais daquela instituição. Também sempre me ajuda muito a estudar.

  2. Acabei de ler minha própria história aqui… Também sou de Manaus, também sou programador, quero escrever livros, fazer um canal famoso no youtube (sou muito antisocial e isolado… mas quero aprender a mudar isso) Também fico olhando pro nada às vezes por horas, e sou muito ansioso e tenho crises de hiperfoco onde acabo esquecendo todo o resto. Também não consigo dormir mesmo que eu acorde muito muito cedo. Cara… eu me li aqui nesse artigo.

  3. Eu nunca tinha ouvido falar em hiperfoco e fiquei surpreso ao me identificar com quase tudo o que você disse. Sou diagnosticado com Asperger e superdotação e é muito comum que eu me sinta superativo à noite, por volta da meia-noite ou 01h. Eu sou designer e ilustrador e, nessas horas, é como se eu sentisse uma descarga de criatividade e tivesse vontade de criar muitas coisas, como se milhares de ideias surgissem na minha cabeça, mas acabo me “desligando” resto do mundo. Também fico muito ansioso e sem vontade de dormir. Só estou preocupado porque isso está me gerando vários problemas, pois eu só consigo ir pra cama depois que concluo a atividade que comecei (e ainda assim fico ansioso com a ideia por mais algum tempo depois da conclusão da atividade), de forma que só vou pegar no sono quase de dia. Isso gera problemas pois eu não consigo programar nenhuma atividade para o período da manhã, quando me sinto cansado e improdutivo, e me atrapalha nas tarefas da faculdade também. Eu estou até pensando em desistir da faculdade por causa da dificuldade que tenho de me manter focado nas tarefas. Meus pais também me cobram muito para que eu organize meu sono, eu e minha mãe estamos discutindo direto pois ela insiste para que eu durma e acorde cedo, mas eu simplesmente não consigo, e ela não entende isso. Eu posso acordar muito cedo que, no horário que eu citei, essa descarga de excitação virá do mesmo jeito. Às vezes, eu tento fugir disso jogando videogame ou fazendo palavras cruzadas nesse horário, ou então indo ler um livro, pra ver se consigo relaxar. O problema é que, em vez de relaxar, eu acabo ficando hiperfocado no jogo ou no livro e passo a noite toda na atividade, até terminar uma revista de palavras cruzadas inteira ou ler mais de 100 páginas do livro… Eu vi na televisão, outro dia, que é comum que aspergers tenham problemas de sono, e decidi pesquisar. Acabei me autodiagnosticando com SAFS – Síndrome do Atraso das Funções do Sono, mas só agora encontrei seu texto sobre hiperfoco e creio que seja isso mesmo que esteja causando minhas alterações do ciclo do sono. Gostaria de saber se você tem alguma técnica para conseguir regular seu sono, pois eu já estou me sentindo muito mal, esse problema está me causando muitas dificuldades com meus estudos e com meu relacionamento familiar…

    • Olá Cleber,
      fico muito contente com sua iniciativa em compartilhar questões tão pessoais e igualmente pertinentes à classe. Outro ponto que me agradou foi você ter tocado na questão da ‘descarga de excitação’, já leu algo sobre overexcitabilities? Pretendo, eventualmente, publicar um post dedicado à temática que está em seu íntimo conectada tanto ao hiperfoco quanto à superdotação e Asperger.
      Então, como inibir/reduzir a descarga de excitação nos horários mais inconvenientes tais como de madrugada em dia útil, eu costumo praticar exercício físico todos os dias, no mínimo uma hora e às vezes 2 3. Também tento preencher o meu dia ao máximo, com atividades mais práticas do que propriamente excitantes, até mesmo porque quando eu me excito com algum tema tal excitação pode produzir hiperfoco com durações de horas e até mesmo dias. (uma espécie de comichão cognitivo que mesmo que você negue e siga outras atividades da sua rotina ele continua coçando).
      Em terceiro eu gostaria de convidá-lo a produzir seu próprio relato pessoal (sobre a neurodivergência sd e aspie no seu desenvolvimento desde a infância até os dias atuais, passando pelas tensões escolares, fraternas, familiares, acadêmicas, pessoais e profissionais) para o blog. Para enviar o mesmo ou qualquer outra questão pertinente independente do tópico, favor fazê-lo para o seguinte email:
      supereficientemental@gmail.com

      • Obrigado pela resposta. Tentarei seguir seus conselhos e ver como posso fazer o mesmo em meu dia-a-dia. Procurarei falar sobre meu relato também, assim que possível. Obrigado!

  4. Marcel V disse:

    Olá, bom já tenho esse diagnóstico há algum tempo e tento conviver com isso, entretanto, cansei de remédio para me livrar do Tdah, percebi que posso ussr isso a meu favor, mas como?
    A minha história não é diferente da de vcs, então nos conhecemos quase que pessoalmente rsrs. Na busca de encontrar uma explicação em não ter foco no que me dê futuro, e ficar extremamente focado no que não dá camisa, eu passei entre as religiões, filosofas, ciência etcc…até achei que era maldição, mas entendi como funciono, ou melhor como funcionamos, e realmente é fodaaaa….
    Penso que somo um trem em alta velocidade que estamos trilhando trilhos que não gostamos, quando encontramos algo que nos preencha, trilhos que gostamos de percorrer, a velocidade de transforma em hiperfoco, focamos tanto que podemos realmente criar coisas incríveis, coisas que outros não pensam…até andei pesquisando e vi que algumas empresas (grandes empresas pelo Mundo) têm um grupo de Tdah e hiperativos para traçar os novos rumos da empresa, pois são essas pessoas que conseguem as melhores idéias…..
    Desta forma amigos, não vejo a opção de controle do hiperfoco, e sim descobrir qual trilho te agrada andar, e com certeza terão um futuro brilhando com isso, como que se fosse único…não nascemos assim por acaso, temos nos parcela de responsabilidade com a humanidade, e esperam isso de nós, podemos ajudar, criar, inventar e ser realmente plenos, então vamos descobrir o que gostamos, essa é a chave de tudo.

    • Valentim fr lima disse:

      Temos uma grande missão. Não è ä tôa.
      Q somos assim
      O país ta uma mérda, eu tenho uma equipe fantastica q trabalha numa radio, podemos fazer alguma coisa de grandioso, é só deixarmos de lado nosso interesse mesquinho… e nos unirmos, (:’)

    • andre disse:

      de fato jovem, as vezes eu só queria saber como controlar as ocasiões de hiperfoco e usar isso ao meu favor. Acredito ter DDa(sem a hiperatividade) e foi bem isso mesmo

      • José Elvis disse:

        Caramba, eu também tenho isso, eu tenho um intelecto acima da média, no entanto, tenho muitas falhas de atenção, muitas das vezes groseiras, mas quando estou interagindo com determinado assunto que tenho interesse, fico muito focado, e não esqueço de quase nada, não cometo falhas em excesso, mas muitas vezes me frustrei, por conta dos erros crassos, e descobri recentemente, que tenho DDA, agora estou buscando caminhos para usar isso ao meu favor, qualquer coisa, vamos nos comunicar via e-mail, joselvis3@gmail.com

  5. Hugo disse:

    Gostei muito do post e achei bastante interessante pois tenho momentos assim no meu dia a dia, onde na maioria das vezes está relacionada a faculdade ou alguma tarefa importante a ser realizada, me foco tanto que acabo esquecendo até de necessidades básicas como me alimentar. Essa questão de hiperfoco é nova pra mim, e nunca pensei nisso. Achei importante destacar o fato de você se achar destacado dos outros, que é algo que sempre me sinto, até para o psicólogo já fui, mas acabei indo só uma duas vezes pois achava aquilo “parado” demais, ficar sentado conversando não iria resolver meus problemas, principalmente com a questão da ansiedade e do que ela gera.
    Pensei que fosse alguma deficiência mental, mas acabo de descobrir que não sou o único a ser assim, e fico feliz de dizer que sou normal, só com um pouco mais focado que a maioria.
    Obrigado pelas informações, procurarei por mais artigos sobre isso.

  6. claudiomacieira disse:

    Eu estudo física, 1º ano, sou de Portugal, e sou exatamente assim, mas posso escolher… consigo ser uma pessoa normal, com uma diminuição das capacidades cognitivas (funcionando entre 60%-70% da minha capacidade [não me perguntem porquê estes valores, mas são esses]) mas eu tenho um problema com a linguagem dos OUTROS, não a percebo, acho tudo muito complicado quando é dito de uma maneira que não é a minha, então não consigo perceber as coisas se me explicarem, apenas sozinho, e quando não consigo aprender sozinho acabo por ficar stressado por ser tão improdutivo e começar a fazer várias coisas ao mesmo tempo (multitasking). Tambem acontece com voces?

  7. Me identifiquei muito com seu texto! mais tarde eu volto para comentar, por hora tenho coisas mais urgentes.

  8. vitor disse:

    Oi Filipe.
    É comum acontecer com você de passar dias em total desânimo, falta de concentração e vontade para qualquer coisa, após períodos de hiperfoco que perdure por dias?

  9. Monique disse:

    Não sei ainda se tenho hiperfoco.

    Eu simplesmente desde criança sempre parava na minha cama e começava a imaginar toda uma vida/história mexendo muito as mãos, tinha excesso de criatividade e começava a ver uma história completa – sem perder nenhum detalhe – e isso me absorvia por horas ao longo de noites inteiras ou tardes.

    Podia ser uma história minha ou até mesmo histórias diferentes, minha criatividade vai sempre além. Com o tempo, eu consegui diminuir esses excessos, focando mais na vida real que me cercava ao invés daquela que eu consigo imaginar em detalhes.

    Acho que meu cérebro tinha essa necessidade para extravasar o excesso de criatividade que vinha.

    Sempre no trabalho as pessoas me achavam esquisita porque eu simplesmente não escutava nada ao meu redor quando estava num excesso de inspiração intelectual, escrevendo teses jurídicas ou lendo algo muito interessante sobre o que eu estava escrevendo.

    Vários namorados sempre brigavam comigo, porque quando um assunto me interessava como política, direito e etc… eu simplesmente me desligava e me dedicava para leitura daquilo sem dar qualquer atenção para eles ou o que falavam. Era algo que eu não controlava mesmo e não era uma concentração normal, eu ficava abobada mesmo de não ouvir uma só palavra do que está em volta de mim.

    Quanto a comportamentos repetitivos eu tenho algumas manias, elas podem piorar ou melhorar eu tento controlá-las ao máximo para que elas não me dominem.

    No entanto, a mais séria que eu sempre tive desde pequena era a de segurar uma caneta quando estou lendo e mexê-la muito sem perder o foco do que estou lendo.

    Sempre que estou lendo algo que me interessa e está me instruindo eu tenho que ter essa caneta ou algo pontiagudo na mão para mexer constantemente (isso é até mesmo constrangedor). Eu não sei quando que comecei a usar a caneta ou se eu a utilizo para não mexer as mãos, a fim de controlar um pouco os meus excessos, foi uma forma de não parecer tão ridícula tendo meus excessos.

    Sempre quis achar um psicólogo que pudesse me explicar isso. Se é um TOC ou mania mesmo, mas é muito real, é uma necessidade para mim.

    Recentemente eu tive uma crise muito forte em decorrência de problemas emocionais, meu cérebro simplesmente não desligava. “Ele” ficava me autoavaliando, analisando e diagnosticando psicologicamente de forma aprofundada meu comportamento emocional (eu nunca estudei isso). É como se ele tivesse vida própria, eu não conseguia dormir. Pensei até mesmo que estivesse enlouquecendo.

    Eu tava tão ligada que não podia dormir. Depois da crise, veio uma fase de cansaço mental muito forte, mas eu continuava fazendo tudo no trabalho e estudando.

    Quando estou estudando muito também meu cérebro começa a ter os excessos sem que eu controle. Durante a OAB eu sonhava e ele não desligava durante o sonho e continuava fazendo peças jurídicas enquanto eu dormia (e tinha coerência o que era escrito e etc). Era bizarro!

    Quanto à parte intelectual, eu sempre tive notas boas na escola sem precisar estudar muito, mas minha área sempre foi humanas então eu sempre fui excelente nessas áreas. Eu presto atenção no que foi dito e entendo muito rápido.

    Na área de exatas eu conseguia passar bem, mas nunca gostei, porque meu cérebro não ia pelo caminho lógico comum, ele sempre optava em dar outras voltas (talvez por ser criativo).

    Gostaria de uma ajuda para saber quem eu devo procurar para ver o que eu tenho, seu texto me ajudou a pensar que talvez existam mais pessoas com excessos como os meus. Obrigada!

    • Filipe Russo disse:

      Recomenda-se que se procure uma psicóloga especializada em identificação de superdotados, tdah, asperger e/ou autismo. Uma vez que todos esses tipos de neurodiverso podem apresentar hiperfoco.
      A título de superdotação sempre se pode fazer um teste de QI reconhecido pelas grandes instituições e dessa forma dar entrada em sociedades de alto QI tais como a MENSA.

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